Câncer deve fazer 130 vítimas na Paraíba

Até o final deste ano, estima-se que 130 pessoas sejam diagnosticadas com câncer de laringe na Paraíba. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e preveem ainda que a doença afete mais o público masculino. Para evitar este e outros problemas que prejudiquem a voz, entidades médicas e universidades realizam até amanhã, em João Pessoa, diversas ações educativas e atendimentos em alusão ao Dia Mundial da Voz.

Conforme as estatísticas do Inca, do total de novos casos de câncer de laringe previstos para este ano no Estado, 100 deverão ocorrer nos homens e 30 nas mulheres. A população do sexo masculino também será a mais afetada na capital e do total de registros com esta parcela de pacientes, 30 novos casos devem acontecer na capital, segundo as estimativas para este ano. O estudo aponta ainda a taxa bruta de incidência de 5,47 casos para cada 100 mil habitantes homens.

De acordo com o fonoaudiólogo e professor do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Leonardo Lopes, o uso excessivo de bebida alcoólica associado ao tabagismo estão entre os principais fatores de risco para o surgimento do câncer de laringe. Além disto, “algumas lesões como leucoplasias e o edema de Reinke (inchaço nas pregas vocais) podem evoluir para uma lesão cancerígena”, acrescentou o estudioso.

O tabagismo também pode ainda ocasionar alterações na voz, como a rouquidão. Segundo o professor Leonardo Lopes, problemas gástricos e alérgicos também influenciam na saúde das cordas vocais e da laringe. “Os principais fatores de risco para desenvolver um problema de voz são o uso abusivo da voz, principalmente falar muito alto por período prolongado, o cigarro e a presença de alterações gástricas (como o refluxo gastroesofágico) e de vias aéreas superiores (como rinites e sinusites)”, disse.

Seja para prevenir o câncer ou preservar a saúde da laringe, o fonoaudiólogo orienta que as pessoas, especialmente as que utilizam a voz como instrumento de trabalho, como profissionais de comunicação, professores e atendentes, procurem o médico se perceber qualquer alteração. Conforme o pesquisador, é preciso “valorizar sintomas como rouquidão, dor na garganta e esforço para falar que perdurem por mais de 15 dias, sem causa aparente, como gripes e resfriados”, explica Leonardo Lopes, acrescentando ainda que medidas como “manter uma boa hidratação na voz, não falar muito alto ou gritar com frequência”, são fundamentais para cuidar da saúde vocal.

Fonte: Katiana Ramos-Jornal da Paraiba