Paraíba gera menos empregos por falta de saneamento

A Paraíba poderia ganhar mais 17.300 postos de trabalho e R$ 145,79 milhões somente no setor do turismo se universalizasse as ações de saneamento básico no Estado. Os dados são do estudo ‘Benefícios da Expansão do Saneamento Brasileiro’, lançado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o Instituto Trata Brasil.

Divulgado este mês, o levantamento que analisou todo o país mostra ainda que os nove Estados do Nordeste somariam mais 139.836 postos de trabalho, com uma geração adicional de renda de R$ 1,3 bilhão vinda desses novos empregos e trabalhadores do setor. A Paraíba poderia se beneficiar já que grande parcela da renda do Estado vem dos empregos diretos gerados pela atividade turística, nas redes hotelarias, pequenas pousadas e até quiosques nas praias.

Segundo Marina Grossi, presidente do CEBDS, ao avaliar uma futura visão do Brasil até 2050 foi possível perceber algumas evoluções do país, mas também algumas mazelas, e o saneamento básico é uma delas. Enquanto o governo brasileiro está erradicando a megapobreza, em um ranking de 200 nações, o Brasil está no fim da fila quando se trata de tratamento de esgoto e água, ocupando a 112ª colocação.

Como o Nordeste e outras regiões do país se destacam na área do turismo, este setor tem grandes perdas porque o visitante, ao analisar o destino, quer saber a situação da água e para onde está indo o lixo. “Se não há saneamento básico, o local não tem estrutura para receber o turista e além disso degrada os meios naturais”, enfocou Marina Grossi, presidente do CEBDS.

Segundo ela, esse não é um problema somente do governo, mas de toda população. Somente em um dos focos analisados, o das empresas, Grossi explica que um empregado que trabalha em uma mesma função e local que outro, mas onde mora não tem saneamento básico, perde R$ 88 de renda mensal por causa do mau desempenho, seja por causa de ausência no trabalho ou porque adoece mais”, frisou Marina Grossi.

Em todo o Brasil, o estudo prevê a criação de quase 500 mil novos empregos e um incremento de mais de R$ 7 bilhões de renda no turismo caso os serviços como tratamento de água e esgotos fossem globalmente efetuados.

Em resumo, apesar de dar o foco no Nordeste, o estudo aponta que a falta de saneamento básico não causa grandes perdas apenas no turismo, mas também em várias outras áreas como saúde, educação, valorização dos imóveis e meio ambiente. “O preço dos imóveis cai cerca de 10% em áreas não saneadas”, destacou Marina Grossi.

Fonte: Alexsandra Tavares-Jornal da Paraiba