Paraíba investiga casos de microcefalia que não têm relação com a Zika

O governador Ricardo Coutinho informou na tarde desta quinta-feira (11), durante reunião com representantes do Ministério da Saúde e da Embaixada dos Estados Unidos, que a Paraíba vai investigar casos de microcefalia que não tem relação com o vírus da zika.

De acordo com o governador, o Estado pretende aprofundar pesquisas a fim de achar respostas para questões da relação da microcefalia e a zika. “É preciso um estudo maior para entender se todos os casos estão relacionados ou tem outras possíveis causas”, destacou Ricardo Coutinho.

De acordo com a coordenadora da Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba, Sandra Mattos, o Estado está desenvolvendo um projeto, através do uso da telemedicina, para facilitar o diagnóstico da microcefalia e os resultados mostraram que os casos podem não ter relação com a zika. “Diante disso, a Paraíba vem se destacando e sendo procurada por países como a Austrália e Japão. Nosso Estado será contemplado com o aporte nas pesquisas futuras e buscaremos parcerias com pesquisadores dos Estados Unidos. Este é um passo importante não só para nós, mas para o mundo”, declarou a secretária de Saúde, Roberta Abath.

Sandra Mattos ainda enfatizou que a reunião serviu para discutir o modelo de enfrentamento estadual da microcefalia, que utiliza a rede de telemedicina para ampliar o atendimento das crianças, além de pensar como será dado o seguimento nas pesquisas na região. “O projeto já está sendo apoiado pelo Ministério da Saúde e esperamos também a colaboração do Centro de Controle de Doenças do Governo dos Estados Unidos, que veio conhecer detalhes sobre o projeto e também outros parceiros”, adiantou.

Na reunião, o coordenador geral do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, parabenizou o trabalho feito na Paraíba. “Esse esforço governamental é louvável e só temos a parabenizá-los por todo empenho em trazer respostas concretas em relação à microcefalia. A Paraíba foi escolhida para o nosso estudo de caso-controle, pelo fato de ter qualidade no sistema de vigilância em saúde no Estado, além de apresentar excelente performance nas medidas de combate ao aedes”, falou.

O Estado foi pioneiro com a utilização do aplicativo “Aedes na Mira” que hoje é usado em mais 7 estados, além disso se mantém entre os mais exitosos em relação às visitas domiciliares. De um total de 1.177.843 imóveis, já foram visitados até o momento, 901.015, o que equivale a mais de 76%. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, até o momento foram notificados 753 casos suspeitos de microcefalia na Paraíba.

Fonte: Redação